Comissária para os Direitos Humanos da Europa pede a não extradição de Julian Assange para os EUA à Secretária de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido

Crédito: Council of Europe. 

A comissária para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, pediu à secretária para Assuntos Internos do Reino Unido, Priti Patel, que não extradite o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos. A decisão está nas mãos de Patel, depois que a Suprema Corte britânica, em março passado, rejeitou o pedido do ativista australiano de apelar. A partir do dia 18 – último dia do prazo para apresentação de alegações– até 31 de maio, a secretária deve anunciar sua decisão.
Em uma carta, datada em 10 de maio, a Patel e publicada na quarta-feira, Mijatovic diz que as "implicações" para a liberdade de imprensa e para os direitos humanos com a entrega de Assange não foram consideradas adequadamente. Da mesma forma, ela garante que a acusação dos EUA contra o jornalista levanta dúvidas sobre a proteção de quem publica informações classificadas de interesse público. “Isso teria um efeito assustador sobre a liberdade da mídia e, em última análise, poderia prejudicar a imprensa no cumprimento de sua tarefa como fornecedora de informações e fiscalizadora pública em sociedades democráticas”, diz a carta.
Diante dessa incerteza, Carlos Poveda, advogado de Assange no Equador, sente-se otimista de que seu cliente não será extraditado, pois, em sua opinião, o contrário geraria "um sério precedente para o jornalismo em todo o mundo". “O exercício do jornalismo transparente, comprometido e militante não é crime. Não é crime verificar e revelar crimes hediondos cometidos por Estados poderosos", diz ele.
Assange, 50 anos, é acusado de espionagem nos EUA e pode pegar cerca de 175 anos de prisão por expor violações cometidas pelos militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão por meio do Wikileaks. Sua defesa opta pela não extradição, argumentando que as garantias de Washington de não mantê-lo isolado ou submetê-lo a tortura psicológica não são confiáveis. 
Fonte: https://cubaenresumen.org/
Tradução: Alessandra Scangarelli Brites - Revista Intertelas

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